Contra a luz diagonal na casa de banho
De azulejos negros encardidos
E espelhos azulejos encrustados
Entalados partidos
Na parede fria e branca
Contra um espelho redondo
E a contracurva ponta da torneira
(Kathe onde estás?
- Onde as tuas mãos
Partidas no espelho?)
Quero a delicadeza
A vibração
Quero-te Kathe contra
A luz
Densa
Branca
Quero o teu joelho
Kathe
Quero um recado escrito por ti
Nos azulejos às flores amarelas
E no vidro
Uma nota memória de 1984
Berlim Oriental
Kathe
Quero uma banheira
Onde me deitar sereno à espera
Que te debruces nessa taça de loiça
Oca vitoriana
E me beijes
À flor da água
Eu de braços cruzados
Como num caixão
E tu beijas-me
De olhos fechados
Arrebatada
E eu de olhos fechados
Não os abrirei
Kathe