Escrevo este manifesto para demonstrar que se podem realizar acções opostas, ao mesmo tempo, num único e fresco movimento. Sou contra a acção; e em relação à contradição conceptual, e à sua afirmação também, não sou contra nem a favor.


Pedro Marques @ 18:03

Sab, 02/06/07

Depois do sucesso de Selling England By the Pound, os Genesis decidem embarcar num projecto de um disco duplo. Phil Collins dizia que o grupo tinha música para um disco e meio, por isso o duplo foi inevitável.
Entre as diversas ideias que circulavam, havia a adaptação musical de O Príncipezinho proposta por Mike Rutherford que Gabriel discordava por ser demasiado infantil. Viviam-se os anos pré-punk e Gabriel sentia necessidade de contar uma história terrena, longe das efabulações pastoris dos discos precedentes.
Contudo, o vocalista sentiu que era uma coisa que ele devia fazer sozinho. A história seria demasiado complexa e comprida para ser debatida em estúdio. Ficou combinado que ele escreveria as letras do disco e o resto da banda compunha a música. A meio caminho do trabalho, William Friedkin, realizador de filmes como O Exorcista convidou Gabriel para trabalhar com ele em certas ideias. Gabriel interpretou isto como um novo desafio e perguntou à banda se “podia parar por uns tempos”. É claro que a banda respondeu que não. Ele disse que abandonaria a banda. Os outros acharam que podiam prosseguir como banda instrumental visto que já tinham escrito muita música para o disco.
Finalmente a editora entrou em jogo e convenceu Gabriel a terminar o disco antes de fazer mais qualquer coisa. O próprio William Friedkin (assustado por poder vir a ser o responsável pelo desmantelamento do grupo) disse a Gabriel que não queria um “grande compromisso”. Por isso, Peter Gabriel voltou ao trabalho nos Genesis. Mike Rutherford conta que telefonou a Gabriel nessa altura: “Vá, isto é uma parvoíce. Volta e resolvemos tudo. Ele voltou e pegámos do sítio onde estávamos e prosseguimos. Aos poucos, à medida que o disco progredia, o projecto de Fredkin tornava-se cada vez mais vago. Mas assim que este tipo de coisas acontecem, as sementes do descontentamento já estão semeadas.” O mal já estava feito.
Seja como for, o grupo terminou o disco que acabou por ser um dos mais aclamados pela legião de fãs. O álbum é mais eléctrico, menos dependente das guitarras de Hackett e do mellotron de Banks, a flauta é quase inexistente. Abundam as guitarras distorcidas, os pianos, tornando o disco muito mais directo e moderno.
No final a história é uma complexa teia de acontecimentos à volta da personagem Rael – anagrama de “Lear” e “real” – um porto-riquenho que se afunda em plena Nova Iorque, nos seus próprios medos e inicia uma viagem de auto-conhecimento. As ramificações e ecos do disco são variados e muitas vezes inexplicáveis. A música é musculada como nunca fora. Onde antes havia agressividade agora ouve-se ironia, onde havia secções poéticas agora ouvimos improvisações livres, onde antes se ouvia neo-romantismo agora sentem-se os sinais normalizadores dos novos tempos. O disco é menos heterogéneo mas mais focado.
“Fly on a Windshield”, "Broadway Melody", “In the Cage”, “The Chamber of 32 Doors”, “The Waiting Room” sobressaem no disco, mas o disco vale pelo seu todo. E é isso exactamente que é também o seu problema. Demasiado extenso. Quase 94 minutos. Temos a sensação que o grupo a determinado ponto ficou refém da sua própria história.
Gabriel continua inspirado: "I need someone to believe in, someone to trust. / I'd rather trust a countryman than a townman, / You can judge by his eyes, take a look if you can, / He'll smile through his guard, / Survival trains hard. / I'd rather trust a man who works with his hands, / He looks at you once, you know he understands, / Don't need any shield, / When you're out in the field. / But down here, / I'm so alone with my fear, / With everything that I hear. / And every single door, that / I've walked through / Brings me back here again, / I've got to find my own way." O tema da solidão retorna. Não estamos muito longe de "Looking for someone, I guess I'm doing that" do disco Trespass. Contra a vontade de Hackett, as músicas seguem umas para as outras no disco, sem paragem, formando um conceptual que se adaptava verdadeiramente às ambições teatrais e cinematográficas de Gabriel. Os espectáculos ao vivo eram arrebatadores. Quem os viu em 1975 num dos últimos concertos que Gabriel fez com os Genesis, em Cascais, diz que foi inédito e que se passariam muitos anos para ver outro espectáculo assim. Hoje em dia, o grupo de tributo The Musical Box tenta reproduzir o espetáculo dos anos 70. Quem já viu diz que faz justiça à banda.
Depois do disco e dos agravos, Gabriel saiu e iniciou a sua carreira a solo. Os Genesis prosseguiram a sua fulgurante carreira até aos anos 80 e 90 com Collins na voz. Hackett seguiria Gabriel após Wind and Wuthering de 1976 e o disco ao vivo Seconds Out.
E aqui fica uma pequena história dos Genesis com Gabriel, em 3 partes.




Pedro Marques @ 01:28

Qui, 31/05/07

Em setembro de 1970, Steve Hackett assiste a um espectáculo dos Genesis na expectativa de poder vir a integrar a banda. Ele gostou e achou que podia tocar tão bem quanto Anthony Philips. Foi convidado. Estava encontrada a formação que viria a produzir os clássicos Musical Box, Supper’s Ready e Firth of Fifth.
Em 1971, os Genesis lançam o álbum Nursery Cryme. A abertura de The Musical Box, com a sua teia de cordas tocadas por três guitarras faz-nos imaginar mundos aéreos voluptuosamente reais. The Return of the Giant Hogweed é a história de uma erva daninha inteligente que invade a Inglaterra. Seven Stones fala dos acontecimentos casuais e extraordinários que nos formam. Harold the Barrel uma espécie de vaudeville sobre o dono de um restaurante que corta os dedos dos pés, serve-os dentro de chávenas com chá e foge a seguir – os desenvolvimentos subsequentes envolvem o aparecimento de várias vozes que Gabriel domina com camaleónica destreza. Entre elas, a multidão enfurecida e a mãe que tenta impedir o suicídio do pobre proprietário que entretanto, no parapeito de uma janela, atacado por um inconfessável desejo de liberdade está pronto a saltar para a morte. For Absent Friends é uma balada que revela Phil Collins como vocalista que se deixa embalar pelas guitarras de 12 cordas de Rutherford e Hackett. Harlequin, também balada, desta vez cantada por Gabriel, lembra as atmosferas de Trespass. The Fountain of Salmacis é o tour de force final onde os Genesis nos contam a história da ninfa Salmacis e do encontro com Hermafrodita.
A capa do disco tenta recriar a atmosfera de The Musical Box onde um velho morre às mãos do taco de pólo que a enfermeira usou para lhe arrancar a cabeça. A enfermeira vai, curiosa, ao quarto e põe a caixinha de música a tocar. Dela sai a cabeça do velho que assume a forma bizarra de uma criança com barbas.
É extraordinário o modo como os Genesis criam o ambiente para esta estranha história, alternando surpresa e mistério com a luxúria dos arranjos das guitarras, combinando ritmos assimétricos e timbres suaves. Brincando com palavras e sons: And the clock. Tic-Toc, on the mantlepiece. Com a chegada de Phil Collins a música é mais angular e aparentemente mais agreste que em Trespass, mas esses atributos são compensados pela imaginação melódica e harmónica de Banks e a segunda voz de Hackett que assegura movimentos polifónicos mais complexos. Apesar da mudança estética o álbum vende muito pouco e os Genesis continuam apenas a prometer.
Esse mais que prometiam viria no ano seguinte com a edição de Genesis Live e depois o novo álbum de originais, Foxtrot, para muitos o disco de eleição do grupo. O primeiro é uma tentativa de capturar o novo som dos Genesis e as particularidades teatrais da voz de Gabriel, muito mais relevantes nos espectáculos. Ambos os discos abrem com "Watcher of the Skies". O grupo usava esse tema para começar os espectáculos. Aproveitando a abertura com acordes planantes de mellotron (instrumento que não era mais que um sampler analógico de instrumentos de cordas, flautas ou vozes, muito em voga) os Genesis surgiam gradualmente de uma nuvem de fumo, enquanto Gabriel pairava como Peter Pan. É nesta altura que os espectáculos dos Genesis começam a viver da figura do vocalista e da teatralidade que emprega nas apresentações. Ironicamente, a dependência em torno da espectacularidade de Gabriel tornou-se mais tarde motivo para o abandono do vocalista. Foxtrot incluía ainda a belíssima balada "Time-Table" sobre o romantismo dos tempos medievais, "Get ‘Em Out By Friday" – o arrendamento e a avidez dos proprietários, numa veia parecida com "The Return of the Giant Hogweed", do álbum precedente, e "Can Utility and the Coast Liners", sobre o rei Canuto, que começa como balada e depois desenvolve para uma espécie de sinfonia rock complexa onde se apela ao virtuosismo musical da banda, com ritmos e timbres alternantes, ricamente orquestrados, com especial incidência para a secção rítmica Collins e Rutherford. O lado B começa com "Horizons", peça para guitarra acústica solo que será para sempre a imagem de marca de Steve Hackett e termina com "Supper’s Ready" onde o grupo voga ao sabor das mudanças das personagens de Gabriel e de uma história dentro de uma história dentro de uma história... é uma peça com cerca de 20 minutos que sublima a complexidade e dramatismo que a música dos Genesis desenvolvia. Em Foxtrot, os Genesis atingem o cume da criatividade musical e lírica. Posto que iam ocupar durante os próximos dois anos com os sucessores: Selling England by the Pound e The Lamb Lies Down on Broadway.
O disco seguinte voltava a abrir (como em Trespass e From Genesis to Revelation) com a voz de Gabriel a capella: Can you tell me where my country lies, said the unifaun to his true love’s eyes em "Dancing With the Moonlit Knight", revelando uma veia menos romântica e mais política na abordagem tanto das letras como da música. O grupo parece mais preocupado em ir ao encontro do público crescente pelo êxito de Foxtrot. O disco também inclui o primeiro de muitos singles de sucesso: "I Know What I Like (In Your Wardrobe)", onde Peter Gabriel personifica um cortador de relva: Me? I´m just a lawnmower, you can tell it by the way I walk. "Dancing With the Moonlit Knight" é o cartão de apresentação de Selling England By the Pound, com a sua letra ácida e melodia apropriada. A visão corrompida de uma Inglaterra que obedece aos valores do dinheiro e do acaso. O unifaun da frase de abertura, que procura o seu país, é a velha Inglaterra, uma mistura de Unicórnio e Fauno, e por vizinhança fonética: "uniform". Quem responde à pergunta é a Queen of Maybe (Rainha do Talvez) que revela com o seu nome a falta de horizontes. No final do lado 1, Phil Collins canta uma balada sobre as separações dolorosas: "More Fool Me". O lado 2 abre com "The Battle of the Epping Forest", a narração de uma batalha num tom épico de proporções homéricas. "Cinema Show", fala do dia em que Romeu e Julieta vão ao cinema. Este tema, à semelhança de "Firth of Fifth", inclui as passagens instrumentais mais ousadas da banda até à altura. Os temas teatrais de Gabriel despoletam a imaginação do quarteto de um modo que poucas vezes conseguiram igualar. Rutherford alterna guitarra de doze cordas e baixo, Steve Hackett, ora nos conduz melodicamente, ora deixa essa tarefa aos sintetizadores de Banks. Phil Collins constrói alternâncias suaves de ritmos complexos e timbres contrastantes e mantém a tensão que é resolvida nas melodias de Gabriel ou em lagoas de flautas e mellotron. O disco atingiu um sucesso sem precedentes (Gabriel foi receber os prémios do disco de ouro com um fato feito de notas de libras) e os Genesis confirmaram-se como uma das mais originais bandas do rock dos anos 70. Por esta altura o grupo subia vertiginosamente na popularidade – os seus melhores e piores momentos ainda estariam por vir.




Pedro Marques @ 16:10

Qua, 30/05/07

O Rei Gípcio Pomposo pediu-me que vos falasse dos Genesis com Peter Gabriel.
Não é que a música do grupo após a sua saída tenha perdido qualidade, mas, para mim, perdeu invenção e atmosfera lírica. Segredos e esquinas. Grandes planícies de luz e florestas polvilhadas de alaúdes. Um neo-romantismo de fábulas e histórias desenterradas das profundezas da imaginação. Eu gosto desta música que consegue narrar vários acontecimentos. Não gosto de música que não me surpreende nas suas vira-voltas. Não adoro o minimal. Gosto de ser sobressaltado. Sinto-me vivo assim.
O rock tinha batido no continente europeu nos anos 60 e começava a propagar-se a uma velocidade estonteante. Fazendo uso de novos instrumentos. Novas gravações. Novos sons. Estas invenções de Peter Gabriel, complementadas pelas composições de Banks e Rutherford, as segundas-vozes melódicas de Steve Hackett, a bateria agreste e em tempo bem real de Phil Collins criaram belos discos e composições que ficarão sempre na história do rock progressivo dos anos 70. "Supper's Ready" permanecerá como um dos mais emblemáticos temas, talvez pelo fôlego necessário para tocar e gravar tal sinfonia.
Começou tudo em 1967 quando um grupo de alunos da Escola Charterhouse, perto de Godalming, em Surrey, enviou uma gravação a Jonathan King que recentemente produzira o sucesso Everyone’s Gone to the Moon. O grupo era formado pelos Garden Wall – Peter Gabriel e Tony Banks – que corriam nos intervalos para ver quem chegava mais depressa ao piano, e os Anon – Mike Rutherford e Anthony Philips. A música, especialmente influenciada pelos Beatles, era eminentemente inglesa, sem vislumbres de rhythm & blues ou jazz. Jonathan King gostou das composições de Philips e Rutherford, agora complementadas por Gabriel e Banks, mudou-lhes o nome inicial – Gabriel’s Angels – para Genesis, e propôs a gravação de um single: The Silent Sun, em fevereiro de 1968. O disco não chegou aos tops, mas Jonathan King manteve-se firme na aposta e propôs-lhes a gravação do que viria a ser From Genesis to Revelation. O primeiro álbum (que saiu em março de 1969, com o baterista John Silver) era uma tentativa de contar a história da evolução da humanidade através de referências bíblicas (apropriadas ao nome do grupo). As canções tinham nomes como In the Beginning e The Serpent. A música era fortemente acústica onde já se destacavam a voz e letras de Gabriel. O disco abria com Gabriel a cantar a capella: "We’re waiting for you / Come and join us now". Sintomático de um grupo que se queria afirmar e rebentava de criatividade por todos os poros.
O disco não vendeu mais de 700 cópias, na altura. O grupo acabou a tocar o que podia e onde podia. Contratou um novo baterista, John Mayhew, e procurou concertos. O primeiro que deu foi para uma festa de crianças, por 25 libras. Tempos difíceis!
As letras eram cuidadas e produziam efeitos devastadores: "Leaving all the world to play they disappear / And the leaves have gathered dust to run like deer / Tearing pieces from our lives to feed the dawn / Mist surrounds the seagulls christened by the storm".
Um dia aconteceu algo que lhes despoletou a invenção. Tocaram uma versão de 19 minutos de The Knife de tal modo que arrebataram o público que ficara o tempo todo sentado a ouvir atentamente. A banda começava a jogar com a táctica dinâmica de hipnotizar a assistência com música calma, tocada por guitarras acústicas e flauta para depois explodir numa cascata de som. Isto demonstrava, forçosamente, cuidado na estrutura das canções, nos arranjos muito apoiados nos variadíssimos sons que os teclados proporcionam, mas também dramatismo e coragem para sair do normal bum-bap-bum-bum-bap a que o público rock estava habituado. Fosse como fosse, os Genesis prosseguiram a viagem por clubes desertos esperando serem descobertos por algum milagre bíblico. E foi o que aconteceu.
Em 1970, Tony Stratton-Smith viu-os tocar para uma mão cheia de pessoas no Ronnie Scott’s Club – um clube de jazz(!) da rua Frith, no Soho, em Londres. Tinham sido contratados para tocar lá às terças-feiras. Tony era executivo da editora Charisma (a mesma dos Van der Graaf Generator) e propôs-lhes a gravação de um novo álbum: Trespass, que saiu ainda em 1970.
À medida que estas negociações decorriam, os concertos subiam de qualidade. Gabriel começava a destacar-se. Quem era aquele rapaz magrinho de voz esganiçada que dizia uns poemas estranhos ao microfone? As letras das canções eram cantadas com clareza arrepiante, ora sussurradas, ora gritadas, ora teatralizadas – nenhuma palavra era deixada ao acaso. Gabriel contava histórias que roçavam o naturalismo e o surrealismo.
Assistir a um concerto dos Genesis começou a tornar-se uma experiência diferente e empolgante. Embora fossem inexperientes e estivessem sempre nervosos em palco, devido ao facto de nem sequer saberem ligar um PA, o que fomentava algumas discussões de bastidores, o grupo ganhava voz e identidade próprias. Trespass inicia o caminho que será reconhecido como o período mais produtivo e imaginativo. Um disco com 6 composições, 5 delas com cerca de 7, 8 minutos onde se pode ouvir o que o grupo experimentava ao vivo.
Apoiado nas letras apocalípticas de Gabriel e nas composições de Banks e Rutherford, o grupo grava um disco corajoso e ambicioso, onde cada pormenor conta. Como no primeiro álbum, Gabriel começa o disco a capella: "Looking for Someone / I guess I’m doing that". É difícil esquecermo-nos do tom da voz de Gabriel nesta entrada.
Daí até pérolas como Stagnation ou Visions of Angels é um curto passo. Em The Knife Gabriel torna-se ameaçador. Na epígrafe da letra da canção lê-se: For those that trespass against us. E mais tarde na canção: "Now, in this ugly world, it is time to destroy all this evil. Now, when I give a word, are you ready to fight for your freedom? (…) Some of you are going to die, martyrs of course to the freedom that I shall provide".
Para trás ficam temas como White Mountain onde Gabriel conta a história sangrenta de um lobo e Dusk com a sua poesia: "See my hand is moving / touching all that’s real / And once it stroked love’s body / now it claws the past".
Contudo, no final da gravação do disco, Anthony Philips, agravado com todas as discussões e o facto de ter de compor em grupo, abandona os Genesis, tal como John Mayhew, e a banda tem de recrutar novos músicos. É um golpe rude para quem tinha acabado de nascer, mas o produtor mantinha a fé de que a força criativa destes músicos superaria o revés. E tinha razão. Ele e o grupo põem um anúncio para um baterista: “Sensível a guitarras de 12 cordas”. Ao anúncio responde Phil Collins que é chamado para uma audição em casa dos pais de Peter Gabriel. Phil ficou contente por constatar que na casa havia uma piscina, e enquanto os outros bateristas tocavam e se enganavam, deu umas braçadas ouvindo os temas que teria de tentar tocar. Quando chegou a sua vez, tocou com tanta confiança e segurança que foi contratado.
Agastada com as saídas de Philips e Mayhew, a banda foi profundamente abalada pela chegada de Phil Collins. O seu humor e piadas aliviaram o ambiente tenso, para além de ser muito melhor baterista do que os seus predecessores. Faltava um guitarrista. Desta vez foi a banda que o procurou. Steve Hackett tinha colocado um anúncio onde procurava um grupo que “quisesse ir para além de formas musicais estagnadas”. Parecia ideal para quem tinha de procurar uma voz nova e original. Com a inclusão destes dois novos músicos de eleição começa a segunda parte desta pequena história de um dos mais originais e interessantes grupos de rock dos anos 70.