Escrevo este manifesto para demonstrar que se podem realizar acções opostas, ao mesmo tempo, num único e fresco movimento. Sou contra a acção; e em relação à contradição conceptual, e à sua afirmação também, não sou contra nem a favor.


Pedro Marques @ 18:52

Qui, 07/06/07

Confesso que esta cimeira dos G8 me está a enojar muito.
Os americanos sacam da cartola mais políticas beligerantes obscuras, que não se sabe se querem beneficiar os americanos ou os europeus, que não se sabe se querem hostilizar a Rússia se a China se a Coreia do Norte ou o Irão, e toda a comunidade ocidental corre atrás a justificar os avanços bélicos como se fossem prioridade para a comunidade internacional. Não é. E temos de lhes dizer que não é. Por isso é que gostava de estar com os milhares de manifestantes em Rostock a protestar.
É estratégico apenas para os E.U.A., para eles venderem mais armas e influência e em contrapartida receberem a liderança estratégica mundial que quer perpetuar a ordem assimétrica de poderes. A ordem que diz que os G8 são aqueles e que os outros países são carne para canhão. A ordem que diz que os G8 vão falar do programa de expansão nuclear iraniano(!) O quê? Sem os iranianos? O que é que vão fazer? Imaginar que eles já têm armas de destruição maciça e que por isso talvez fosse melhor considerar invadi-los? Por que é que tudo isto me cheira mal? Por que é que se discute sempre na base do "Nós Ou Eles"? Por que é que as políticas ocidentais são baseadas em princípios maniqueístas que visam apenas perpetuar o outro lado?
Somos assim tão burros?
No livro do George Orwell, 1984, o mundo estava dividido em três grandes zonas de influência que se degladiavam permanentemente, que criavam assim a constante presença do terror da guerra e por isso a constante necessidade de se controlar melhor e mais eficazmente a vida. É claro que a zona de guerra era uma faixa mais ou menos pequena que permanecia sempre na mesma, com apenas o propósito de existir para poder justificar o poder estabelecido - realmente parecido com o campo de batalha que o médio oriente se tornou.
Acho que cada dia estamos mais perto destas realidades. Talvez tenha sido a experiência anarquista do Orwell que o levou a ter estas visões de um mundo futuro. Visões que estão cada vez mais próximas de deixarem de ser apenas ficção.


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