Acabei de ver
Cluny Brown de
Ernst Lubitsch, filme de 1946 passado no meio da aristocracia inglesa, que conta a história do nascimento de um amor improvável entre um refugiado checo fugido aos nazis que começavam a aterrorizar a Europa e uma criada de servir que tem um fascínio inusitado por canalizações.
A comédia é fraca, as personagens nunca se conseguem realmente impor e ganhar densidade, mas tem alguns diálogos cómicos. A coisa mais importante que retive foi a beleza e desenvoltura da representação desta senhora, vencedora de um óscar da academia de Hollywood pelo filme
The Song of Bernardette de 1943.
Para a época, 1946, imagino o turbilhão de sensações que deve ter desencadeado no imaginário do público. A maneira como se movimenta, a intensidade do olhar, são notáveis e é difícil não ficarmos maravilhados com a sua beleza. Isto talvez também seja devido aos grandes planos que Lubitsch nos resolveu presentear, e que parece, como nós, mais fascinado pelos actores do que pela história ou as personagens.
Ela ainda é viva, nasceu em 1919 e terminou a sua carreira em 1974.
Filha de pais que representavam numa pequena trupe de teatro nos arredores da cidade de
Tulsa, no estado de Oklahoma, aos seis anos já fazia pequenos papéis que intercalava com a venda de refrigerantes ao público dos espectáculos ambulantes dos seus pais.
Foi descoberta pelo conhecido produtor
David O. Selznick que se apaixonou e casou com ela em 1949.
Fica aqui a minha modesta homenagem.