Escrevo este manifesto para demonstrar que se podem realizar acções opostas, ao mesmo tempo, num único e fresco movimento. Sou contra a acção; e em relação à contradição conceptual, e à sua afirmação também, não sou contra nem a favor.


Pedro Marques @ 23:50

Qua, 17/07/24

A velocidade a que a política internacional muda devido às eleições nos EUA é delirante e vertiginosa. Já não bastava os dois candidatos à presidência serem de uma indigência incomensurável, agora temos também de contar com os imprevistos que, no caso dos EUA, têm sempre características hollywoodescas.


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Em Portugal, gostamos de acreditar que os partidos Conservador e Democrata correspondem mais ou menos a uma Direita e Esquerda europeias. Nada mais longe da verdade. Nos EUA não há esquerda. São dois partidos de direita que se alternam no desgoverno do seu país e do mundo ocidental. E nós, Portugal, o mundo Ocidental, a NATO e os seus vassalos, todos a reboque desta demência coletiva. Até quando?
Donald Trump sobreviveu por milagre a uma tentativa de assassinato. Dizem-nos agora que o assassino era um miúdo de vinte anos e que não é fácil saber o móbil do crime, que agiu sozinho (como se isso fosse possível). Continuamos a acreditar em tudo o que vem dos media norte-americanos, como se fosse a verdade lapidada pelo mais purificador dos filtros, mas o que nos continuam a deitar em cima são apenas as mentiras mais escabrosas que se conseguem inventar. E eles já nem disfarçam. A manipulação da verdade a partir de Washington não é uma circunstância, é um modus operandi.

Joe Biden é o presidente e agora candidato mais incompetente que alguma vez os EUA tiveram. E era difícil fazer pior depois de George W. Bush. Não só está senil (e a culpa não é dele) como querem à força fazer-nos acreditar que está tudo bem com ele. Começou muito mal e está a acabar pior. Aliás, quando um Presidente começa a sua presidência a insultar os Presidentes dos outros países como ele fez: "Putin é um assassino," só pode terminar mal. Não só é mau presidente, como, com ele rebentaram duas guerras brutais. Nenhuma delas envolve os EUA diretamente, mas as duas são da inteira responsabilidade desta administração. Agora, as conferências de imprensa da secretaria de Estado são risíveis, a maneira como o defendem é simplesmente absurda. Os episódios caricatos sucedem-se e os seus apoiantes começam a fugir e creio que vão conseguir obrigá-lo, mais tarde ou mais cedo, a ceder e desistir da corrida para a Casa Branca. É demasiado confrangedor. As ações já estão em campo, acabam de anunciar que o candidato democrata testou positivo à COVID-19. Ah, que conveniente viruzinho. Cheira-me que será através dele que começarão a afastar o senhor da corrida presidencial.
Por muito estranho que pareça, não interessa sequer saber quem mandou matar Donald Trump. Já começou a correr uma notícia de que o Irão estaria metido no assunto. Parece-me tão absurdo como todas as mentiras que nos querem fazer engolir. São apenas cortinas de fumo para não se perceber o mais evidente de tudo: há duas semanas, Biden disse que Trump devia ser posto debaixo de uma mira (in a bull's eye). Literalmente, disse isto. Ele está senil, mas disse-o. Ele próprio o confirmou e justificou dizendo que queria dizer que deveriam manter Trump debaixo de olho, que se deveriam focar nele. Sim, sim, pois, pois. Já me tinhas dito. Patético. Não sei se o Presidente dos EUA dá ordens destas à frente de toda a gente, mas pelo andar desta carruagem, não vejo porque não poderia. A imbecilidade, a boçalidade e a indecência já ultrapassaram todos os limites.

Entretanto, Donald Trump, ainda em choque, a cara dele diz tudo, passeia-se como zombie, até agora, pela convenção republicana, recebendo aplausos e louvores pelo seu desempenho após o atentado. Tenho em crer que já deve ter sido ameaçado dezenas de vezes, ele próprio deveria saber que corria esse risco, mas uma coisa é correr o risco e outra ouvir passar uma bala a um centímetro do crânio. É o verdadeiro Faroeste, a maior democracia do mundo.