Há um pássaro amarelo no meu olhar
Ele canta, mas não para mim
Vejo-o trinar
Mas não o ouço
Uma parede de vidro silencia-o.
Tenhos dois faróis no meu mundo
Iluminam-me, nas minhas trevas
Procuro a surpresa
Encontro a beleza
Num abraço eterno de vida e sol.
Ao meu lado um corpo de carne e ossos
Uma pessoa como eu
Tão perto tão longe
De mim, quanto eu
Agora, neste poema.
A memória do futuro afunda-se-me no cérebro
Revejo o passado, ele queima-me a pele
Dói-me o corpo do momento
Aqui e agora é tudo o que eu sei,
Num abraço eterno de vida e sol.