Eis-nos chegados ao mais baixo da indigência do país. A Merkel, a que manda em nós, a ponta do icebergue de iniquidades e incongruências em que se transformou a Europa, visita o país que sofre com a mais violenta onda de austeridade. Um país que se foi habituando a não ser nada. Um país que se foi habituando a não produzir nada, a viver à sombra de um Estado que subsidiava sem saber porquê nem para quê, um tecido industrial praticamente inexistente que foi vendido ao desbarato, desde as primeiras horas de entrada na então CEE, aos alemães, franceses e italianos. Um país que se especializou no trabalho não especializado, nas fábricas de automóveis e sapatos, na mão de obra barata que com o aparecimento em força do mercado chinês, demonstraram a estupidez da política seguida. Um país que desinvestiu na cultura e na educação, com medo do conhecimento, com medo de si próprio, um país que desistiu de si próprio.
E agora que já pouco resta, agora que o PSD-CDS ataca com toda a fúria o Estado Social, porque é muito caro, dizem eles, agora que fazemos, povo de Portugal? Digam lá! Esperamos pelas próximas eleições? Esperamos pelas próximas eleições, daqui a 3 anos para eleger o PS? É isto que queremos para o nosso país? Queremos empobrecer? Acreditamos realmente que andámos a viver acima das possibilidades, ou os sucessivos governos não souberam CRIAR uma verdadeira economia que sustentasse o Estado Social tal como nós o queremos ver?
O que queremos para o nosso país? O que queremos para a nossa sociedade, para os nossos filhos, para os nossos netos, para nós? Queremos acabar com a Segurança Social e com a saúde? Conseguiremos sair do buraco sem investimento público? É claro que não. É óbvio que não. Mas de uma coisa podem estar certos. Com o PSD-CDS, não haverá investimento público e com o PS, poderá haver investimento público, mas ele será controlado pelos boys todos que por lá pululam. Por isso, nas próximas eleições, não se esqueçam, tornem a votar nos mesmos.