Parece-me que a crítica em geral abandonou muitas das suas funções e esqueceu-se de uma coisa muito importante que era o prazer. Na crítica de teatro, não sinto nenhum prazer; sinto um dever moralista, mas não o entusiasmo da descoberta. Se não gostam, porque é que escrevem? Depois, sinto que há uma espécie de conluio com o poder que me parece muito grave. Há muitos críticos que fazem seis meses de crítica e vão para o ministério atribuir subsídios; seis meses de crítica e passam a adidos de imprensa das companhias de teatro... Acho que era muito importante fazer-se um código deontológico da profissão de crítico.
Jorge Silva Melo ao jornal I.