Escrevo este manifesto para demonstrar que se podem realizar acções opostas, ao mesmo tempo, num único e fresco movimento. Sou contra a acção; e em relação à contradição conceptual, e à sua afirmação também, não sou contra nem a favor.


Pedro Marques @ 18:28

Seg, 17/08/09

Moscas verdes zumbem nas masmorras do desespero

Prisioneiros rosnam mijam nas roupas e coçam o cabelo baço

A pequena luz pelo buraco da janela a cem pés de distância

È tudo o que vão saber sobre o quotidiano

E cheira tão mal que as pedras até sufocam

E escorrem gotas esverdeadas

Na cela habita um fogo gigantesco

Onde a tortura nunca acaba

A tortura nunca acaba

Porcaria em decomposição, ratazanas, ranho e vomitado no chão

Cinquenta soldados monstruosos seguram em lanças junto à porta

Facas espigões armas e todos os instrumentos de tortura

E um anão sinistro de balde e esfregona onde o sangue escorre para a sarjeta

E cheira tão mal que as pedras até sufocam

E escorrem gotas esverdeadas

Na cela habita um fogo gigantesco

Onde a tortura nunca acaba

A tortura nunca acaba

Moscas verdes zumbem nas masmorras do desespero

Um príncipe malvado come um porco fumegante numa câmara ali perto

Primeiro come o focinho e os cascos

A carne e as entranhas em breve se espalham

O seu estilo preciso está muito bem ensaiado

Põe-se de pé e grita

Que todos os homens sejam amaldiçoados

Que todos os homens sejam amaldiçoados

Que todos os homens sejam amaldiçoados

Que todos os homens sejam amaldiçoados

E discordar

Ninguém se atreve

Ele é o melhor dos piores

Se se fizer algum mal ele já o fez antes

(Bom, bom) E cheira tão mal que os ossos até sufocam

(Pois) E escorrem gotas esverdeadas

(Bom) Na noite da salsicha de ferro

(Bom) Onde a tortura nunca acaba

A tortura nunca acaba

A tortura

A tortura

A tortura nunca acaba

Moscas verdes zumbem nas masmorras do desespero

Quem são as pessoas que trancou lá em cima?

São loucos?

São santos?

São zeros que alguém pintou?

Desde que foi criado que nunca ninguém soube explicar

Mas se uma masmorra é um pecado

Então nada mais é preciso que ser trancado

E de tudo ser afastado

Olha para ela

Olha para ele

É com isto que estamos a lidar

É com isto que estamos a lidar

É com isto que estamos a lidar

É com isto que estamos a lidar

The Torture Never Stops. Zoot Allures. Flies all green 'n buzzin' in his dungeon of despair / Prisoners grumble and piss their clothes and scratch their matted hair / A tiny light from a window hole a hundred yards away / Is all they ever get to know about the regular life in the day; / An' it stinks so bad the stones been chokin' / 'N weepin' greenish drops / In the room where the giant fire puffer works / 'N the torture never stops / The torture never stops / Slime 'n rot, rats 'n snot 'n vomit on the floor / Fifty ugly soldiers, man, holdin' spears by the iron door / Knives 'n spikes 'n guns 'n the likes of every tool of pain / An' a sinister midget with a bucket an' a mop where the blood goes down the drain; / An' it stinks so bad the stones been chokin' / 'N weepin' greenish drops / In the room where the giant fire puffer works / 'N the torture never stops / The torture never stops / The torture / The torture / The torture never stops. / Flies all green 'n buzzin' in his dungeon of despair / An evil prince eats a steamin' pig in a chamber right near there / He eats the snouts 'n the trotters first / The loin's 'n the groin's is soon dispersed / His carvin' style is well rehearsed / He stands and shouts / All men be cursed / All men be cursed / All men be cursed / All men be cursed / And disagree, well no-one durst / He's the best of course of all the worst / Some wrong been done, he done it first. (Well, well) An' he stinks so bad, his bones been chokin' / (Yeah) 'N weepin' greenish drops, / (Well) In the night of the iron sausage,  / (Well) Where the torture never stops / The torture never stops / The torture / The torture / The torture never stops. / Flies all green 'n buzzin' in his dungeon of despair / Who are all those people that he's locked away up there / Are they crazy?, / Are they sainted? / Are they zeros someone painted?, / It has never been explained since at first it was created / But a dungeon like a sin / Requires naught but lockin' in / Of everything that's ever been / Look at her / Look at him / That's what's the deal we're dealing in / That's what's the deal we're dealing in / That's what's the deal we're dealing in / That's what's the deal we're dealing in.

Frank Zappa, 1976.