Escrevo este manifesto para demonstrar que se podem realizar acções opostas, ao mesmo tempo, num único e fresco movimento. Sou contra a acção; e em relação à contradição conceptual, e à sua afirmação também, não sou contra nem a favor.


Pedro Marques @ 20:59

Ter, 25/03/14

Aproximam-se mais umas eleições. Mais uma ocasião para mostrarmos que aqueles que nos governam não o fazem para o nosso bem comum. Não é assim desde o final dos anos 80 e as ignorantes gestões do Sr. Cavaco, não foi assim nos anos do displicente Guterres, continuou da mesma maneira com o misericordioso Santana Lopes e prossegue agora com o burro Passos Coelho. Aliás, basta ouvi-los falar. Basta ouvir os deputados e outros responsáveis dos partidos do governo para vermos o que defendem eles. A posição deles é clara. Do lado dos credores. Quantas vezes já ouvimos dizer "os credores não vão aceitar isso", "os credores isto e aquilo", "os credores não fazem parte do texto dos 74 e amigos", "os credores não vão emprestar", "os credores querem ser pagos", etc. A posição deles é sempre esta. Do lado dos credores. Nunca ouvimos os senhores do governo a dizer, "vamos falar com os credores porque a austeridade não pode resolver a crise", ou "as negociações com os credores terão lugar dentro de x dias". Não, nada. Aquilo que ouvimos é as posições dos credores através da boca do nosso próprio governo. É aviltante, mas é verdade.
Toda a gente sabe que a dívida externa portuguesa é muito antiga. Mesmo muito. Sempre fomos devedores, sempre estivemos à mercê dos credores. Mas, quando entrámos para a CEE podíamos ter invertido a história. Podíamos ter construído um país sustentável. Podíamos ter apostado na qualificação, na educação, na produção de bens de valor acrescentado. E o que é que fizemos pela mão do nosso Não-político Cavaco? Tivemos dez anos onde não havia Ministério da Cultura, dez anos onde os fundos estruturais foram estruturar os bolsos de uns poucos de amigos, abriu-se o país ao investimento estrangeiro para ele se aproveitar da nossa mão-de-obra barata, destruiu-se a produção agrícola, pesqueira, industrial. Todos sabemos isso. E quem é que fez isso? Quem é que era o chefe dessa pandilha? Isso mesmo, adivinharam, nada mais nada menos que o nosso atual Presidente da República. É preciso dizer mais alguma coisa?
Agora estamos no pior dos momentos no país porquê? Porque o presidente é esse senhor, o mesmo que não tinha uma ideia original nem que ela lhe saltasse para o colo, e como primeiro-ministro o tipo que era da juventude do mesmo partido. O betinho Pedro, que não faz a mínima ideia do que é trabalhar. Não faz, nunca fez, nem nunca na vida deve ter dado valor a ninguém que não esteja vestido de camisa e use uns sapatos de vela. Sim, até posso estar a exagerar e ser injusto e xenófobo, mas a conversa destes senhores da direita que estão no poder enoja-me. Enoja-me a sua ignorância, a sua corrupção, a sua prepotência. Eu devia tentar focar-me na política deles e tentar desmantelá-la. Mas depois penso. Qual política?
Para além dos intermináveis cortes, onde está a política. Se tirarmos os cortes da equação, qual é a política deles? Eu respondo. Nenhuma. Eles não têm política nenhuma. Porque até a fazer cortes se pode fazer política. Por exemplo, cortar em tudo menos na educação. Até percebia. Mas fazem eles isso? Não, não fazem nem nunca farão. Porque eles acham, como me dizia há uns tempos alguém, que a educação pública é para aqueles que não têm dinheiro para pôr os filhos na privada.
É preciso estar-se muito alheado, viver numa bolha à prova de tudo para não se perceber que este governo está a destruir o país para muitos e longos anos. Tenho a certeza que um dia alguém ainda analisará este período e os chamará de traidores. E terá razão.



João Cardoso @ 08:19

Qua, 26/03/14

 

Caro Pedro Marques,

Compreendo a sua indignação, mas não deve colocar todos no mesmo saco. Penso que Cavaco Silva acabou por ter uma parte de mandato positiva para Portugal. Guterres foi um banana político. Sem pulso e capacidade de parar os negócios à volta. mas engraçado que se esqueceu de dois. Durão e Sócrates. Durão fugiu e Sócrates foi lá colocado por um golpe de estado.

Também achei piada ao misericordioso Santana Lopes. Porque será? Ou será de agora só? De todos os que citou é de longe o único que não tem culpas neste belo estado que está o País. Não podia deixar de fazer a ressalva.

Eu @ 11:21

Qua, 26/03/14

 

Caro João, desculpe discordar. Mas como pôde ver pelo mesmo texto, se há alguém que eu acuse de ser responsável pelo estado do país, esse alguém é Cavaco Silva. Foi Ministro das Finanças entre 1980-81, Primeiro Ministro 1985-95, e Presidente da República desde 2004.
Quanto aos outros, eu não me esqueci. Durão Barroso faz parte da pandilha de Cavaco. Um homem que se serviu do estado português para subir na vida. Tal como Guterres fez. Quando apareceu um cargo mais importante, foi-se. Quanto ao Sócrates, sei que deve ser contra. Mas a minha opinião é que o Sócrates, de todos os Primeiros-Ministros que Portugal já teve desde a entrada na União Europeia, foi o menos mau. E digo isto sem nunca ter votado nele. Digo isto porque apesar dos erros e da prepotência que demonstrou tinha UMA POLÍTICA nacional que não se resumia a vender o país ao desbarato. Ele apostou na Educação e Ciência e disse-o. Ele apostou nas Energias Renováveis e disse-o. Ele baixou o déficit antes da crise internacional. Ele pôs o país a exportar e é muito graças a ele que as exportações estão a subir... não digo mais, porque isto deve chegar para o enfurecer... :)
O misericordioso Santana porque se trata de mais um da pandilha Cavaca. E até nutro alguma simpatia por esse verdadeiro banana institucional. Que arranjou um dos melhores tachos de todos. A Santa Casa da Misericórdia. Um verdadeiro católico, um benfeitor, um santo...
Mas para perceber bem, caro João, onde me encontro no espectro político. Eu sou contra o pagamento da dívida por parte dos portugueses. Os bancos que a paguem. Foi o mercado que criou o problema. Ele que o resolva.